segunda-feira, 23 de junho de 2008

" A PARÁBOLA DA VACA "

Era uma vez, um sábio chinês e seu discípulo.
Em suas andanças, avistaram um casebre de extrema pobreza onde vivia um homem, uma mulher, 3 filhos pequenos e uma vaquinha magra e cansada.
Com fome e sede o sábio e o discípulo pediram abrigo e foram recebidos.
O sábio perguntou como conseguiam sobreviver na pobreza e longe de tudo.

- O senhor vê aquela vaca ? - disse o homem.

Dela tiramos todo o sustento.
Ela nos dá leite que bebemos e transformamos em queijo e coalhada.
Quando sobra, vamos à cidade e trocamos por outros alimentos. É assim que vivemos.
O sábio agradeceu e partiu com o discípulo.
Nem bem fizeram a primeira curva, disse ao discípulo :

- Volte lá, pegue a vaquinha, leve-a ao precipício ali em frente e atire-a lá em baixo.

O discípulo não acreditou.

- Não posso fazer isso, mestre !

Como pode ser tão ingrato ?
A vaquinha é tudo o que eles têm.
Se a vaca morrer, eles morrem !
O sábio, como convém aos sábios chineses, apenas respirou fundo e repetiu a ordem :

- Vá lá e empurre a vaquinha.

Indignado porém resignado, o discípulo assim fez.
A vaca, previsivelmente, estatelou-se lá embaixo.
Alguns anos se passaram e o discípulo sempre com remorso.
Num certo dia, moído pela culpa, abandonou o sábio e decidiu voltar àquele lugar. Queria ajudar a família, pedir desculpas.
Ao fazer a curva da estrada, não acreditou no que seus olhos viram.
No lugar do casebre desmazelado havia um sítio maravilhoso, com árvores, piscina, carro importado, antena parabólica.
Perto da churrasqueira, adolescentes, lindos, robustos comemorando com os pais a conquista do primeiro milhão.
O coração do discípulo gelou.
Decerto, vencidos pela fome, foram obrigados a vender o terreno e ir embora.
Devem estar mendigando na rua, pensou o discípulo.
Aproximou-se do caseiro e perguntou se ele sabia o paradeiro da família que havia morado lá.

- Claro que sei.

Você está olhando para ela.
Incrédulo, o discípulo afastou o portão, deu alguns passos e reconheceu o mesmo homem de antes, só que mais forte, altivo, a mulher mais feliz e as crianças, jovens saudáveis.
Espantado, dirigiu-se ao homem e disse :

- Mas o que aconteceu ?
Estive aqui com meu mestre alguns anos atrás e era um lugar miserável, não havia nada.
O que o senhor fez para melhorar de vida em tão pouco tempo ?
O homem olhou para o discípulo, sorriu e respondeu :

- Nós tínhamos uma vaquinha, de onde tirávamos o nosso sustento.
Era tudo o que possuíamos, mas um dia ela caiu no precipício e morreu.
Para sobreviver, tivemos que fazer outras coisas, desenvolver habilidades que nem sabíamos que tínhamos.
E foi assim, buscando novas soluções, que hoje estamos muito melhor que antes.

- Moral da história : às vezes é preciso perder para ganhar mais adiante.

É com a adversidade que exercitamos nossa criatividade e criamos soluções para os problemas da vida.
Muitas vezes é preciso sair da acomodação, criar novas idéias e trabalhar com amor e determinação.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

" LIÇÃO DE PERSEVERANÇA "

Já observou a atitude dos pássaros ante às adversidades?
Ficam dias e dias fazendo seu ninho, recolhendo materiais, às vezes trazidos de locais distantes...
E quando já ele está pronto e estão preparados para por os ovos, as inclemências do tempo ou a ação do ser humano ou de algum animal destrói o que com tanto esforço se conseguiu...
O que faz o pássaro?
Pára, abandona a tarefa?
De maneira nenhuma.
Começa uma outra vez, até que no ninho apareçam os primeiros ovos.
Muitas vezes, antes que nasçam os filhotes, um animal, uma criança, uma tormenta, volta a destruir o ninho, mas agora com seu precioso conteúdo...
Dói recomeçar do zero...
Mas ainda assim o pássaro jamais emudece, nem retrocede, segue cantando e construindo
Construindo e cantando...
Já sentiu que sua vida, seu trabalho, sua família, seus amigos não são o que você sonhou?
Tem vontade de dizer basta, não vale a pena o esforço, isto é demasiado para mim?
Você está cansado de recomeçar, do desgaste da luta diária, da confiança traída, das metas não alcançadas quando estava a ponto de conseguir?
Mesmo que a vida o golpeie mais uma vez, não se entregue nunca, faça uma oração, ponha sua esperança na frente e avance.
Não se preocupe se na batalha seja ferido, é esperado que algo assim aconteça.
Junte os pedaços de sua esperança, arme-a de novo e volte a ir em frente.
Não importa o que você passe...
Não desanime, siga adiante.
A vida é um desafio constante, mas vale a pena aceitá-lo.
E sobretudo...
Nunca deixe de cantar...

" A GRANDEZA DO MAR "

Você sabe porque o mar é tão grande
Tão imenso?
Tão poderoso?
É porque teve a humildade de colocar-se alguns centímetros abaixo de todos os rios.
Sabendo receber, tornou-se grande!
Se quisesse ser o primeiro, ficando alguns centímetros acima de todos os rios não seria mar, mas sim uma ilha...
E estaria isolado!
A perda faz parte!
A queda faz parte!
Precisamos aprender a perder, a cair e errar.
É impossível ganhar sem saber perder!
É impossível andar sem saber cair!
É impossível acertar sem saber errar!
É impossível viver sem saber viver!
Se aprenderes a perder, a cair, a errar, ninguém mais o controlará...
Porque o máximo que poderá acontecer a você, é cair, errar e perder...
E isto você já sabe!
Bem aventurado aquele que já consegue receber com a mesma naturalidade o ganho e a perda...
O acerto e o erro,
O triunfo e a queda,
A vida e a morte!
Lembre-se sempre que o sucesso é SER FELIZ...
O resto é consequência !!!

terça-feira, 17 de junho de 2008

" A BORBOLETA E A FLOR "

Certa vez, um homem pediu a Deus uma flor e uma borboleta.
Mas Deus lhe deu um cacto e uma lagarta.
O homem ficou triste, pois não entendeu por que o seu pedido veio errado.
Daí pensou:
Também, com tanta gente para atender...
E resolveu não questionar.
Passado algum tempo, o homem foi verificar o pedido que deixou esquecido.
Para sua surpresa, do espinhoso e feio cacto havia nascido a mais bela das flores...
E a horrível lagarta transformara-se em uma belíssima borboleta.
Deus sempre age certo.
O seu caminho é o melhor, mesmo que aos nossos olhos pareça estar dando tudo errado.
Se você pediu uma coisa a Deus e recebeu outra, confie.
Tenha certeza de que Ele dá o que você precisa, no momento certo.
Nem sempre o que você deseja é o que você precisa.
Como Ele nunca erra na entrega dos pedidos, siga em frente sem murmurar ou duvidar.
O espinho de hoje será a flor de amanhã!

" O SAPATO "

Um dia um homem já de certa idade abordou um ônibus.
Enquanto subia, um de seus sapatos escorregou para o lado de fora.
A porta se fechou e o ônibus saiu; então ficou impossível recuperá-lo.
O homem tranqüilamente retirou seu outro sapato e jogou-o pela janela.
m rapaz no ônibus, vendo o que aconteceu e não podendo ajudar ao homem, perguntou:

- Notei o que o senhor fez. Por que jogou fora seu outro sapato?

O homem prontamente respondeu

- De forma que quem o encontrar seja capaz de usá-los.

Provavelmente apenas alguém necessitado dará importância a um sapato usado encontrado na rua.
E de nada lhe adiantará apenas um pé de sapato.
O homem mostrou ao jovem que não vale a pena agarrar-se a algo simplesmente para possuí-lo e nem porque você não deseja que outro o tenha.
Perdemos coisas o tempo todo.
A perda pode nos parecer penosa e injusta inicialmente, mas a perda só acontece de modo que mudanças, na maioria das vezes positivas, possam ocorrer em nossa vida.
Acumular posses não nos faz melhores e nem faz o mundo melhor.
Todos temos que decidir constantemente se algumas coisas devem manter seu curso em nossa vida ou se estariam melhor com outros.

" AMOR SEM ILUSÃO "

Conta-se que um jovem caminhava pelas montanhas nevadas da velha Índia, absorvido em profundos questionamentos sobre o amor, sem poder solucionar suas ansiedades.
Ao longo do caminho, à sua frente, percebeu que vinha em sua direção um velho sábio. E porque se demorasse em seus pensamentos sem encontrar uma resposta que lhe aquietasse a alma, resolveu pedir ao sábio que o ajudasse.
Aproximou-se e falou com verdadeiro interesse:

- Senhor, desejo encontrar minha amada e construir com ela uma família com bases no verdadeiro amor.
- Todavia, sempre que me vem à mente uma jovem bela e graciosa e eu a olho com atenção, em meus pensamentos ela vai se transformando rapidamente.
- Seus cabelos tornam-se alvos como a neve, sua pele rósea e firme fica pálida e se enche de profundos vincos.
- Seu olhar vivaz perde o brilho e parece perder-se no infinito.
Sua forma física se modifica acentuadamente e eu me apavoro.
- Desejo saber, meu sábio, como é que o amor poderá ser eterno, como falam os poetas?

Nesse mesmo instante aproxima-se de ambos uma jovem envolta em luto, trazendo no rosto expressões de profunda dor.
Dirige-se ao sábio e lhe fala com voz embargada:

- Acabo de enterrar o corpo de meu pai que morreu antes de completar 50 anos.
- Sofro porque nunca poderei ver sua cabeça branca aureolada de conhecimentos.
Seu rosto marcado pelas rugas da experiência, nem seu olhar amadurecido pelas lições da vida.
- Sofro porque não poderei mais ouvir suas histórias sábias nem contemplar seu sorriso de ternura.
- Não verei suas mãos enrugadas tomando as minhas com profundo afeto.

Nesse momento o sábio dirigiu-se ao jovem e lhe falou com serenidade:

- Você percebe agora as nuanças do amor sem ilusões, meu jovem?
- O amor verdadeiro é eterno porque não se apega ao corpo físico, mas se afeiçoa ao ser imortal que o habita temporariamente.
- É nesses sentimentos sem ilusões nem fantasias que reside o verdadeiro e eterno amor.

A lição do velho sábio é de grande valia para todos nós que buscamos as belezas da forma física sem observar as grandezas da alma imortal.
O sentimento que valoriza somente as aparências exteriores não é amor, é paixão ilusória.
O amor verdadeiro observa, além da roupagem física que se desgasta e morre, a alma que se aperfeiçoa e a deixa quando chega a hora, para prosseguir vivendo e amando, tanto quanto o permita o seu coração imortal.

Pense nisso!

As flores, por mais belas que sejam, um dia murcham e morrem...
Mas o seu perfume permanece no ar e no olfato daqueles que o souberam guardar em frascos adequados.
O corpo humano, por mais belo e cheio de vida que seja, um dia envelhece e morre.
Mas as virtudes do espírito que dele se liberta continuam vivas nos sentimentos daqueles que as souberam apreciar e preservar, no frasco do coração.

Pensemos nisso!

" A PORTA DO LADO "

Em entrevista dada pelo médico Drauzio Varella, disse ele que a gente tem um nível de exigência absurdo em relação à vida, que queremos que absolutamente tudo dê certo, e que, às vezes, por aborrecimentos mínimos, somos capazes de passar um dia inteiro de cara amarrada. E aí ele deu um exemplo trivial, que acontece todo dia na vida da gente.
É quando um vizinho estaciona o carro muito encostado ao seu na garagem (ou pode ser na vaga do estacionamento do shopping).
Em vez de simplesmente entrar pela outra porta, sair com o carro e tratar da sua vida, você bufa, pragueja, esperneia e estraga o que resta do seu dia.
Eu acho que esta história de dois carros alinhados, impedindo a abertura da porta do motorista, é um bom exemplo do que torna a vida de algumas pessoas melhor, e de outras, pior.
Tem gente que tem a vida muito parecida com a de seus amigos, mas não entende por que eles parecem ser tão mais felizes.
Será que nada dá errado para eles?
Dá aos montes.
Só que, para eles, entrar pela porta do lado, uma vez ou outra, não faz a menor diferença.
O que não falta neste mundo é gente que se acha o último biscoito do pacote.
Que "audácia" contrariá-los! São aqueles que nunca ouviram falar em saídas de emergência: fincam o pé, compram briga e não deixam barato.
Alguém aí falou em complexo de perseguição?
Justamente.
O mundo versus eles.
Eu entro muito pela outra porta, e às vezes saio por ela também.
É incômodo, tem um freio de mão no meio do caminho, mas é um problema solúvel.
E como esse, a maioria dos nossos problemões podem ser resolvidos assim, rapidinho.
Basta um telefonema, um e-mail, um pedido de desculpas, um deixar barato.
Eu ando deixando de graça, para ser sincero.
Vinte e quatro horas têm sido pouco para tudo o que eu tenho que fazer, então não vou perder ainda mais tempo ficando mal-humorado.
Se eu procurar, vou encontrar dezenas de situações irritantes e gente idem, pilhas de pessoas que vão atrasar meu dia.
Então eu uso a "porta do lado" e vou tratar do que é importante de fato.
Eis a chave do mistério, a fórmula da felicidade, o elixir do bom humor, a razão porque parece que tão pouca coisa na vida dos outros dá errado
Pense nisso...
E prepare-se para uma nova vida.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

" ENFRENTE A TEMPESTADE SEM PERDER A CAPACIDADE DE SORRIR "

A garota fazia a pé o percurso até a escola, tanto na ida como na volta.
Certo dia, de volta para casa, desabou uma forte tempestade.
Como era o horário que a filha deveria estar saindo da escola a mãe dirigiu-se para o local, pois imaginava que a filha estaria apavorada com tantos raios e trovões.
Quando encontrou a menina andando no meio da tempestade, a mãe reparou, surpresa, que, a cada relâmpago a criança olhava para cima e sorria.
Finalmente, quando a filha entrou no carro, a mãe, curiosa, comentou:

- Você parecia não estar com medo da chuva, pois reparei que estava sorrindo a cada relâmpago.

- Claro, mãe - respondeu a garota - O céu não para de tirar fotos minhas!!
E quero que Deus me veja sempre sorrindo.

" ALÉM DAS APARÊNCIAS "

Antônio, um pai de família, um certo dia, quando voltava do trabalho dirigindo num trânsito bastante pesado, deparou-se com um senhor que dirigia apressadamente vinha cortando todo o mundo e, quando se aproximou do carro de Antonio, deu-lhe uma tremenda fechada, já que precisava atravessar para a outra pista.
Naquela hora, a vontade de Antônio foi de xingá-lo e impedir sua passagem, mas logo pensou :
- Coitado ! Se ele está tão nervoso e apressado assim...
Vai ver que está com um problema sério e precisando chegar logo ao seu destino.
Pensando assim, foi diminuindo a marcha e o deixou passar.
Chegando em casa, Antônio recebeu a notícia de que seu filho de três anos havia sofrido um grave acidente e fora levado ao hospital.
Imediatamente seguiu para lá e, quando chegou, sua esposa veio ao seu encontro e o tranqüilizou dizendo :
- Graças a Deus está tudo bem, pois o médico chegou a tempo para socorrer nosso filho.
Ele já está fora de perigo.
Antonio, aliviado, pediu que sua esposa o levasse até o médico para agradece-lo.
Qual não foi sua surpresa quando percebeu que o médico era aquele senhor apressado para o qual ele havia dado passagem !

Procure ver as pessoas além das aparências.
Imagine que por trás de uma atitude, existe uma história, um motivo que leva a pessoa a agir de determinada forma.

" BOM CORAÇÃO "

No tempo do Buda vivia uma velha mendiga chamada Confiando na Alegria.
Ela observava os reis, príncipes e o povo em geral fazendo oferendas ao Buda e a seus discípulos, e não havia nada que quisesse mais do que poder fazer o mesmo.
Saiu então pedindo esmolas, mas, no fim do dia não havia conseguido mais do que uma moedinha.

Levou a moedinha ao mercado para tentar trocá-la por algum óleo, mas o vendedor lhe disse que aquilo não dava para comprar nada.
Entretanto, quando soube que ela queria fazer uma oferenda ao Buda, encheu-se de pena e deu-lhe o óleo que queria.
A mendiga foi para o mosteiro e acendeu a lâmpada.
Colocou-a diante do Buda e fez o seguinte pedido:
— Nada tenho a oferecer senão esta pequena lâmpada.
Mas, com esta oferenda, possa eu no futuro ser abençoada com a Lâmpada da Sabedoria. Possa eu libertar todos os seres das suas trevas, purificar todos os seus obscurecimentos e levá-los à Iluminação.

Durante a noite, o óleo de todas as lâmpadas havia acabado.
Mas a lâmpada da mendiga ainda queimava na alvorada, quando Maudgalyayana — o discípulo do Buda — chegou para recolher as lâmpadas. Ao ver aquela única lâmpada ainda brilhando, cheia de óleo e com pavio novo, pensou: 'Não há razão para que essa lâmpada continue ainda queimando durante o dia', e tentou apagar a chama com os dedos, mas foi inútil. Tentou abafá-la com suas vestes, mas ela ainda ardia.
O Buda, que o observava há algum tempo, disse: — Maudgalyayana: você quer apagar essa lâmpada?
Não vai conseguir.
Não conseguiria nem movê-la daí, que dirá apagá-la.
Se jogasse nela toda a água dos oceanos, ainda assim não adiantaria.
A água de todos os rios e lagos do mundo não poderia extinguir esta chama.

Por que não? — Perguntou o discípulo de Buda.

Porque ela foi oferecida com devoção e com pureza de coração e de mente. Essa motivação produziu um enorme benefício.
Quando o Buda terminou de falar, a mendiga se aproximou e ele profetizou que no futuro ela se tornaria um Perfeito Buda e seria conhecido como Luz da Lâmpada.

Em tudo, o nosso sentimento é o que importa.
A intenção, boa ou má, influencia diretamente nossa vida no futuro.
Qualquer ação, por mais simples que seja, se feita com coração, produz benefícios na vida das pessoas.

" O TESOURO OCULTO - O Covarde, o Corajoso e o Ganancioso "

Um homem, que vivia perto de um cemitério, uma noite, ouviu uma voz que o chamava de uma sepultura. Sendo covarde demais para, sozinho, investigar o que se passava, confiou o ocorrido a um corajoso amigo que, após estudar o local de onde saíra a voz, resolveu voltar à noite para ver o que aconteceria.

Anoiteceu. Enquanto o covarde tremia de medo, seu amigo foi ao cemitério e ouviu a mesma voz saindo de uma sepultura. O amigo perguntou à voz quem era e o que desejava. A voz, vinda de baixo, respondeu: — Sou um tesouro oculto e decidi dar-me a alguém. Eu me ofereci a um homem ontem à noite, mas ele era tão medroso que não veio me buscar. Por isso, dou-me a você que é merecedor. Amanhã de manhã, irei à sua casa com meus Sete Irmãos.

O homem corajoso disse: — Estarei esperando por vocês, mas, por favor, diga-me como devo tratá-los. A voz explicou: — Iremos todos vestidos de monge. Tenha uma sala pronta para nós com água. Lave o seu corpo, limpe a sala e tenha Oito cadeiras e Oito tigelas de sopa para nós. Após a refeição, você deverá conduzir cada um de nós a um quarto fechado, no qual nos transformaremos em potes cheios de ouro.

Na manhã seguinte, o homem corajoso lavou o corpo conforme lhe fora recomendado, limpou a sala como lhe fora ordenado, e ficou à espera dos oito monges. À hora aprazada, os oito monges apareceram, tendo sido recebidos cortesmente pelo corajoso homem. Depois que tomaram a sopa, ele os conduziu, um por um, aos quartos fechados, nos quais cada monge se transformou em um pote cheio de ouro.

Um homem muito ganancioso que vivia naquela mesma aldeia, ao tomar conhecimento do incidente, desejou também ter para si os potes de ouro. Para tanto, convidou os oito monges para virem até sua casa. Depois que eles tomaram a refeição, o ganancioso, esperando obter o almejado tesouro, conduziu cada um a um quarto fechado. Entretanto, ao invés de se transformarem em potes de ouro, os monges, enfurecidos com a cobiça do espertalhão, denunciaram o ganancioso à polícia, que o prendeu.

Quanto ao covarde, quando ouviu que a voz da sepultura havia trazido riqueza ao seu corajoso amigo, foi até a casa dele e, avidamente, lhe pediu o ouro, insistindo que era seu porque a voz foi dirigida primeiramente a ele. Quando o medroso tentou pegar os potes, neles encontrou apenas cobras venenosas erguendo as cabeças prontas para atacá-lo.

O rei, tomando conhecimento desse fato, determinou que os potes pertenciam ao homem corajoso, dizendo: — Assim se passa com tudo neste mundo. Os tolos cobiçam sempre os bons resultados, mas são covardes ou ineptos para procurá-los, e, por isso, estão continuamente falhando. Não têm confiança nem coragem para enfrentar as intestinas lutas que ocorrem na mente. Só com determinação, confiança e coragem se poderá dar início à Peregrinação que conduzirá à verdadeira Paz Profunda e à Harmonia Interior.

" A VERDADE E A PARÁBOLA "

Um dia, a Verdade decidiu visitar os homens, sem roupas e sem adornos, tão nua como seu próprio nome.
E todos que a viam lhe viravam as costas de vergonha ou de medo, e ninguém lhe dava as boas-vindas.
Assim, a Verdade percorria os confins da Terra, criticada, rejeitada e desprezada.
Uma tarde, muito desconsolada e triste, encontrou a Parábola, que passeava alegremente, trajando um belo vestido e muito elegante.
- Verdade, por que você está tão abatida?
Perguntou a Parábola.
Porque devo ser muito feia e antipática, já que os homens me evitam tanto!
Respondeu a amargurada Parábola.
Que disparate! — Sorriu a Parábola.
Não é por isso que os homens evitam você.
Tome.
Vista algumas das minhas roupas e veja o que acontece.
Então, a Verdade pôs algumas das lindas vestes da Parábola, e, de repente, por toda parte onde passava era bem-vinda e festejada.
Os seres humanos não gostam de encarar a Verdade sem adornos.
Eles preferem-na disfarçada.

quinta-feira, 5 de junho de 2008