domingo, 18 de maio de 2008

" O CÃO "

Certa vez um cão estava quase morto de sede, parado junto à água.
Toda vez que ele olhava o seu reflexo na água, ficava assustado e recuava, porque pensava ser outro cão.
Finalmente, era tamanha a sua sede, que abandonou o medo e se atirou para dentro da água. Com isto, o reflexo desapareceu.
O cão descobriu que o obstáculo - que era ele próprio - a barreira entre ele e o que buscava, havia desaparecido.
Nós estamos parados no meio do nosso próprio caminho.
E, a menos que compreendamos isso, nada será possível em direção ao nosso crescimento.
Se a barreira fosse alguma outra pessoa, poderíamos nos desviar, mas nós somos a barreira.
Nós não podemos nos desviar - quem vai desviar-se de quem?
Nossa barreira somos nós e nos seguirá como uma sombra.
Esse é o ponto onde nós estamos - juntos da água, quase mortos de sede, mas alguma coisa nos impede, porque nós não estamos saltando para dentro.
Alguma coisa nos segura.
O que é?
É uma espécie de medo, porque a margem é conhecida, é familiar e pular no rio é ir em direção ao desconhecido.
O medo sempre diz: "agarre-se àquilo que é familiar, ao que é conhecido".
E as nossas misérias, nossas tristezas, nossas depressões, nossas angústias, nossos complexos, nos são familiares, são habituais.
Nós vivemos com eles por tanto tempo e nos agarramos a eles como se fosse um tesouro.
O que nós temos conseguido com isso?
Será que não podemos renunciar às nossas misérias?
Já não estivemos o bastante com elas?
Será que já não nos mutilaram demais?
O que nós estamos esperando?
Esse é o caso de todos nós.
Ninguém nos está impedindo.
Apenas o próprio reflexo entre nós e o nosso destino, entre nós como 1 semente e nós como 1 flor.
Não há ninguém nos impedindo, criando qualquer obstáculo.
Portanto, não continuemos a jogar a responsabilidade nos outros.
Essa é uma forma de nos consolar.
Deixemos de nos consolar, deixemos de ter auto-piedade.
Fiquemos atentos.
Abramos os olhos.
Vejamos o que está acontecendo com nossa vida.
"Escolhamos certo e decidamos dar o salto."

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